Que estes seis meses de recuperação te façam voltar com força redobrada, a tempo de ajudares a reconquistar o título! E que o plantel tome esta grave lesão como uma motivação extra para o resto da época, começando já pela deslocação a Braga!

A propósito de Solange, um texto curioso:

Desde pequenina, onde houvesse um espacinho na rua ou na escola, Solange Carvalhas lá estava a jogar futebol. Aos 12 ou 13 anos, o pai inscreveu-a no 1.º de Dezembro e desde aí não parou, até 2016/17, a melhor época da carreira da extremo do Sporting, marcadora do penálti que valeu o triunfo diante do Braga (1-0) e deixou as leoas mais perto do título.

Em Alvalade, perante 9263 espectadores – assistência recorde num jogo feminino em Portugal – no último minuto, a internacional portuguesa bateu com frieza e consolidou a liderança na lista de melhores marcadoras da liga – tem 27 golos. “Nunca tinha sentido algo assim, porque nunca joguei perante tanta gente do meu “lado”. Assumi, respirei fundo e correu bem”, contou Solange, uma perfecionista que estuda todos os pormenores, a O JOGO. “Sou muito exigente comigo própria e individualmente, nem sempre saio satisfeita dos jogos, porque falha sempre algo e podemos dar mais. Por isso, já revi o jogo. Faço-o sempre para ver o que fiz de mal e perceber o que posso melhorar. Quanto ao golo, teve um sabor especial e confesso que já o revi várias vezes”, afirma a extremo de 24 anos, revelando que é “muito raro” treinar bolas paradas. “Temos tido outras prioridades para aperfeiçoar e infelizmente ainda não podemos usufruir das estruturas antes ou depois da nossa hora de treino, porque os outros escalões também precisam dos campos.”

Licenciada em Psicologia do Desporto, Solange representa o clube de coração, pelo qual assinou, depois de duas épocas nas belgas do Anderlecht, onde usufruiu do estatuto de profissional, como continua a acontecer no Sporting. Com orgulho, Solange ostenta a braçadeira de capitã, uma herança de Patrícia Gouveia, que está grávida. “A responsabilidade aumentou, mas não mudei a minha maneira de ser ou de jogar por ter a braçadeira. Fico contente pela confiança depositada. A Patrícia faz-nos muita falta, não só pela qualidade futebolística, mas também por ser uma grande capitã. Não joga, mas está sempre connosco e continua a dar-nos conselhos”, diz Solange, que dentro de poucos meses, poderá ver um currículo onde já constam sete títulos de campeã nacional e quatro Taças de Portugal, enriquecido.

Horas depois do momento de glória em Alvalade, Bas Dost, que curiosamente é o melhor marcador da liga masculina, converteu uma grande penalidade idêntica à de Solange, frente ao Estoril. As reações não se fizeram esperar. “Depois desse penálti, comecei a receber mensagens de colegas e comentários nas redes sociais de adeptos. Não sei se tiveram oportunidade de ver o nosso jogo, mas ficaria contente se o Bas Dost tivesse visto o meu penálti e se se tivesse lembrado dele, no momento em que atirou. Caso não tenha visto, não faz mal. Desde que marque…”, sublinha.