Eros, raiz das palavras erótico e erotismo, ou o que tem a ver com Eros, neste nosso Tempo personifica o Amor sexual. Ao contrário do sexo, para os gregos antigos, era a personificação do Amor, belo e quase inatingível. Nesses recuados tempos, diziam as más-línguas que seria filho de Caos. E que por seu intermédio, o Caos entrou no Cosmos, ou na nossa Vida. Já Tânatos, era a personificação da Morte. Também ele filho ou neto do Caos, portanto quase família chegada um do outro… Ao contrário de Hades, que reinava no Submundo, onde albergava as Almas guardadas por Cérbero, o cão de 3 cabeças, e onde o Rio Estige dividia o Reino dos vivos do Reino dos mortos. Tânatos era naqueles tempos a nossa Ceifeira, que encapuzada nos ceifava da Vida.
Curiosamente, uns séculos depois, em pleno Império Romano, na cidade de Rómulo e Remo, havia um bairro, a Subura, onde no início desse bairro, que ficava numa colina, havia as casas do prazer, onde o jogo e o vinho corriam abundantes, e onde igualmente reinava o nosso Eros, nas casas de prostituição. Mais acima, no cume de Subura ficava o crematório, reinado de Tânatos.
Tão longa introdução, para vos dar a ver que estas coisas andam ligadas há muito mais tempo que o agora dos cliques nos computadores ou das análises inquietantes e inquisitivas do Dr. Freud. Duas faces da mesma moeda, cada uma delas tem o valor que cada um de nós lhe atribui, àqueles a quem, lançando a moeda ao ar lhes cai sempre Eros, aos outros a quem sempre tentam que não saia Tânatos.
Mas vamos vivendo, sabendo o que está na outra face, ansiando pela que nos convém, mas mandando a moedinha ao ar, seja ela dracma, sestércio, escudo ou euro. Assim somos com a moeda, assim somos connosco, e com a Vida. E com o Sporting, também. Andamos enamorados, sempre a mandar a moedinha ao ar, e quando sai Eros, é uma felicidade, e quando sai muitas vezes, até nos esquecemos da outra face, onde se acoita Tânatos. Mas sempre presente… E de vez em quando, quando sai, ficamos horrorizados, esquecemos Eros da outra face, e o que nos faz sentir, o Amor, e só vemos o esqueleto, as garras afiadas, as asas de rapina da figura. E amaldiçoamos a moeda, a quem tantas vezes beijámos, e guardámos com ternura no bolso. Ficamos num mutismo, como se fôssemos autómatos, com a moeda na mão, em vez de a lançarmos outra vez.
E é sobre isto, que vos quero dar uma palavrinha. Pois o Sporting é muito mais importante que uma das faces de uma moeda que portamos desde que nascemos, ainda que não o saibamos. No Rugby então, por um virar de moeda, apanhada numa brisa, ou numa placagem falhada, lá vai a nossa sorte… E tentamos mais uma vez… E outra e outra ainda. Sempre! E o viver assemelha-se muito ao jogar a moeda ao ar. E tentar e estudar sempre a melhor tática par que nos calhe o maior número de vezes possível Eros. Ou que não nos toque assim tantas vezes Tânatos.
*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio
9 Novembro, 2017 at 10:19
Belo texto, muita substância importante dentro dele a fazer-nos reflectir sobre a nossa ligação humana ao Sporting.
9 Novembro, 2017 at 10:40
Mas se se puder viciar um bocadinho a moeda para que saia mais vezes Eros que Tânatos tanto melhor. Talvez melhor ainda é uma moeda com as duas faces iguais e assim sai sempre Eros (posso escolher não) e sai sempre renovado o nosso amor pelo SCP.
Gostei muito do texto obrigado Escondidinho.
9 Novembro, 2017 at 11:27
Perseverança ao encarar Tantalo, para depois, realmente conseguir apreciar Eros.
9 Novembro, 2017 at 14:22
O Tantalo é outro.
(se bem que para um sportinguista faça mais sentido)
9 Novembro, 2017 at 16:45
Tens razão, erro meu, deveria ter escrito Tânato, são muitos deuses. 🙂
Espero bem que não venhamos a sofrer o mal de Tantalo.
9 Novembro, 2017 at 12:00
“E tentar e estudar sempre a melhor tática par que nos calhe o maior número de vezes possível Eros. Ou que não nos toque assim tantas vezes Tânatos.”
Exacto. Não é não lançando a moeda ou que haja quem tente evitar que a lancemos que deixa de nos calhar Tânatos.
Todos queremos que saia Eros e por isso todos os anos, meses, semanas a esperança remova-se e lá voltamos nós a lançar a moeda.
9 Novembro, 2017 at 12:19
O amor tolera o defeito. Não se poe em causa uma relação de amor por causa das imperfeições, das nuances, ou daqueles dias em que sai tudo ao lado. quando conseguirmos amar para lá dos defeitos, os nossos e dos outros, então seremos sempre felizes.
Quando as pessoas andam felizes não reparam se é Verão ou Inverno.
Anton Tchekhov
9 Novembro, 2017 at 13:32
Um post que fala de erotismo não deixa de ser curioso, já que o mundo onde o Sporting está inserido é absolutamente pornográfico.
9 Novembro, 2017 at 13:40
È fazer uma equipa dessa modalidade tambem.
9 Novembro, 2017 at 14:12
Estou com receio em dizer qualquer coisa a ver com apresentação e bacalhau.
9 Novembro, 2017 at 14:25
Erotismo mas com bom gosto.
Emanuelle dixit
9 Novembro, 2017 at 16:35
Petit?
9 Novembro, 2017 at 16:36
O tamanho nao interessa
9 Novembro, 2017 at 17:15
É o que ela te diz e tu acreditas.
10 Novembro, 2017 at 8:02
I want to believe
Fox M.
10 Novembro, 2017 at 1:09
Fosse sobre o carnide ou sobre o grupinhos e grupetas e tinhas aqui 100 comentários.
Assim tens poucos, bem menos do que os que o texto merece.
Muito, muito bom!
10 Novembro, 2017 at 1:09
Fosse sobre o carnide ou sobre o grupinhos e grupetas e tinhas aqui 100 comentários.
Assim tens poucos, bem menos do que os que o texto merece.
Muito, muito bom!
10 Novembro, 2017 at 7:34
Se fosse por isso, nem valia a pena.
Pensa o que falámos, e avança com a ideia.
Abraço.