Primeiro, peço desde já desculpa pelo animal mitológico do título, mas tinha mesmo que ser um dragão. É que, tal como o filme, há muito mais mensagem que a do desenho animado. Adiante.

Como se lembram, há duas semanas os nossos u16 e u18 jogaram com o SL Benfica para o campeonato. Nesse fim de semana perdemos os dois jogos. O fim de semana passado jogámos novamente, mas para a Taça de Portugal. Com esta introdução à laia de azeitonas britadas, vamos então ao miolo.

Desde a semana passada que ando gripado. Tosse, febre… O menu. E na sexta-feira, dia de treino conjunto com o RC Belas para afinar movimentações, estava mais morto que vivo. O meu pequeno rugbyman viu-me e perguntou se ia ao treino. Disse-lhe que sim, claro. Era um treino muito importante. Nem pensar em faltar. Mas a cada hora que passava estava pior. A mãe até disse que se eu estava daquela maneira não podia levar o rapaz ao treino. Nem pensar nisso, agalhasei-me o melhor que pude, e lá fomos. Só digo que não me lembro do sábado, passado de cama.

Domingo, dia de jogo. Começaram os u18, com as mesmas dificuldades antes sentidas. Resultado igualmente desequilibrado a favor do adversário. Acabado esse jogo, seriam os u16 a entrar em campo. Logo se viu que seria um jogo diferente. E se o nosso adversário esperava-nos desmotivados, isso não aconteceu. Fomos para cima, soubemos esperar, aproveitámos as nossas oportunidades. Com o intervalo a 0-0, seria o querer a decidir quem queria mais a vitória.

Marcámos um ensaio e uma penalidade. 8 pontinhos, mas que iam fazendo a diferença. As equipas mais velhas ficavam a apoiar os mais novos, a ajudar. O nosso adversário não esperava nada diferente da semana anterior. Enganaram-se. Começaram a querer entrar em picardias, que os nossos RC Belas/Sporting souberam enfrentar sem perder a cabeça. Entrou o rapaz, e mal entra, uma mellée ofensiva para o adversário a 10 mts da linha de fundo. Com duas placagens incisivas, o meu rapaz pagou todo um fim de semana de doença e febre. Sofremos o ensaio na bola de jogo. Ganhamos.

A alegria dos nossos jogadores… Ao sair do corredor alguns marejavam nos olhos. Foi uma vitória de que depois falei com o Gui. Não sei se ele teria conseguido as placagens se faltasse ao treino. Sei que foi ao treino e não as falhou.

Tal como no filme de crianças, das fraquezas se fizeram forças. O dragão do filme, a Alma do jogador, tem que ser treinada… Sempre.

*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio