Com a pré época a ser feita em pleno campeonato, o Sporting versão Marcel Keizer enfrenta, hoje, o seu mais complicado adversário, numa série de jogos com grau de dificuldade em crescendo.

Mas olhemos, então, para os sinais que nos são dados pelos jogos frente a Lusitano e, mais ainda, frente a Qarabag.

Desde logo, um factor histórico: há 32 anos que o Sporting não marcava 6 golos fora de casa nas competições europeias e este 1-6 no Arzebaijão passou a constar como a 3.ª goleada da história dos leões na UEFA por uma diferença de 5+ golos fora de portas:
2018 1-6 Karabahk
1986 0-9 ÍA
1981 0-7 Red Boys Differdange

Este pendor ofensivo que vinha sido prometido desde que se começou a falar do treinador holandês conduz-nos, ainda, a outras curiosidades interessantes:
1- Foi a 12.ª vez que o Sporting goleou por 5 ou mais golos de diferença na UEFA. Desde 2012 que os leões não venciam por esta margem (ou mais) nas competições europeias. Na altura, registou-se um Sporting 5-0 AC Horsens, para a Liga Europa

2- O Sporting tornou-se na 4.ª equipa a vencer por 5+ golos de diferença, fora de casa, nas provas UEFA em 2018/19:
Atalanta [8]
Sevilla [5]
Real Madrid [5]
Sporting [5]

3- E, não menos importante, o Sporting foi a 1.ª equipa a fazer 6 ou mais golos fora de casa, num jogo da fase de grupos UEFA 2018/19. E não somos só nós a jogar com os Qarabags da vida, certo?

Claro que para estes números, além de volume ofensivo, foi necessário existir eficácia: 6 golos em 7 remates enquadrados, num total de 11 tentativas de visar a baliza que resultaram neste gráfico

golosqarabag

Em destaque, além de Wendel, com interferência directa em quatro golos, e Diaby, com dois golos, estiveram os suspeitos do costume: neste momento, Bas Dost, Bruno Fernandes e Nani estão diretamente (golos ou assistências) envolvidos em 89% dos golos do Sporting nesta época:
12 Nani (7G + 5A)
10 Bas Dost (8G + 2A)
9 Bruno Fernandes (8G + 1A)

Importa ainda destacar, e muito diria eu, o facto de, aos 62 minutos de jogo contra o Qarabag, o Sporting apenas ter feito 3 cruzamentos contrariando as médias por jogo com José Peseiro (15,3) e Jorge Jesus (17,3). E quando recordamos, por exemplo, o movimento de Bas Dost que dá origem ao penalti com que abre a goleada, somos levados a pensar no quão limitativo seria olhar para o 28 como um farol plantado na área.

Hoje há novo teste, em Vila do Conde. O mais complicado até agora, óptimo para Dost contrariar o treinador do Rio Ave e mostrar, como mostrou, por exemplo, no início da jogada que terminou no golaço a Nani, que, neste novo modelo táctico que voltou a fazê-lo sorrir descaradamente, a sua abrangência em campo está longe de limitar-se à grande área e suas imediações.