Num estádio que nunca enche porque não por bilhetes a preços irrisórios para crianças com menos de 12 anos?

Num clube que formou tantos craques, que ainda hoje atraem o sonho de tantas crianças, como se justifica a razia de jovens da nossa Academia na equipa principal? Quem vão ser os ídolos dos nossos leõezinhos?

Conclusão: O Sporting tem muitas virtudes e muitos problemas mas o maior de todos os problemas está na miséria dos seus dirigentes desde que João Rocha saiu (1986), sobretudo da linhagem da croquetagem que põe os negócios da SAD à frente do resto!!!

A questão não é ganhar agora, é começares a construir uma base para ganhar e criares referências para no futuro ganhares.

Enquanto o clube arde, todos vamos sofrendo, miúdos e graúdos. Os graúdos de forma racional, os miúdos não entendem este clube e sinceramente as vezes nem eu entendo….

Também penso nisso todos os dias… Tenho 3 pequenos leões para passar este amor.

Entretanto uma sobrinha minha de 10 anos é agora do fcp…lá se foi todo o meu esforço. Apoiava o Sporting…fervorosa.

É assim que se mostra a personalidade de um ser humano e de um jogador. Um jogador pode ter empresário, mas quem manda na sua carreira é ele próprio, mais ninguém, não depende de verbas do empresário, para decidir a sua carreira. B. Fernandes, abdicou de 5, sim 5 milhões que tinha direito por o SPORTING ter recusado a venda ao Tothenam que tinha oferecido um valor superior aos 35 previstos no contrato. B. Fernandes não nasceu no SPORTING, mas com esta atitude, que não se vê hoje em dia, é como se tivesse nascido Leão. ATITUDES QUE MARCAM. Comparada com outras . Assim, B. Fernandes, pode pedir tudo.

No dia em que Mathieu, Bruno Fernandes, acuna, Wendel, Coates saírem desta equipa seremos oficialmente uma equipa de pinos. Já estou como o outro: digam uma boa contratação desta direcção! Digam uma!

Escreveu o caro tasqueiro:

“Montenegro
4 Setembro, 2019 at 15:25
Responder
O problema não é não ganhar, é sentir que quem é eleito não luta pelo clube. Tivemos um ciclo em que se sentiu que havia orgulho em ser Sporting, apesar das fracas conquistas no Futebol. Era um espelho que cativava miúdos e graúdos.
Esse espelho desapareceu e isso sente-se, e nem é tanto pela fracas prestações, é mesmo pelo sentimento de que a promoção do orgulho está moribunda. É um clube de dirigentes mansos e subservientes, desligados da massa associativa, autistas e com uma atitude desprezível”

O seu primeiro parágrafo é um dos pilares que reputo de mais importante na atual vida do SPORTING, que reside no SÓCIO e o seu envolvimento com o CLUBE, depois vem os treinadores, atletas e demais intervenientes.

E digo isto pelo seguinte:

João Rocha, quando à época era eu um jovem advogado, sempre me referiu que numa instituição como o SCP, no seu ATIVO, a métrica mais importante do seu conjunto eram os SÓCIOS/SIMPATIZANTES e era por estes que, diariamente, se tinha que trabalhar e inovar

Só depois vinham outros ativos tangíveis como o imobilizado, os recursos, etc.

Sempre me dizia que sem sócios/simpatizantes, não havia qualquer prestação de serviços desportivos como: futebol, hóquei, basquetebol e tantos outras, porque não compradores.

Eram eles, os Sócios, a mola principal – os clientes – que adquiriam os serviços prestados pelo Clube e que com os proveitos deles recebidos no binómio quota/recebimento do preço do serviço prestado, asseguravam a sustentabilidade do Clube, o seu crescimento, a sua expansão e os seus resultados na área desportiva.

Lembro-me, a título de exemplo, do seu denodo em criar instalações no antigo Estádio para criar ginásios que vieram a albergar um “boom” da procura destes serviços em largos milhares de utentes, que para além do pagamento das quotas pagavam igualmente uma inscrição anual e um “fee” mensal.

A luta que travou para a recuperação e funcionamento da Piscina do Campo Grande, onde milhares de adeptos/simpatizantes, terceiros praticavam a modalidade nas diversas formulações desportivas e em ambiente de lazer [até o LFV se fez sócio] recebendo o Clube as respetivas contrapartidas dos serviços: quotas, inscrições e “fee”.

A força e a motivação contagiante com que, numa noite, em sua casa, na Lapa, desenhou e montou uma fonte nova de rendimento e uma prestação de serviços para os sócios qual fosse a instalação de um Bingo. A novela que foi trazer o “equipamento” e passá-lo na fronteira como “contrabando” só mais tarde legalizado, sendo de realçar o empenho do seu Vice Mário Garcia, então ligado às alfândegas.

Uma outra cena de empolgamento, quando em cinco dias, manda adaptar um espaço sobrante e sem uso, debaixo das Bancadas e instala um magnifico centro de tratamento de medicina chinesa, contra a opinião do velho Senhor Manuel Marques, que não acreditava em tais técnicas de cura ou recuperação, mas cujo rendimento dava para pagar grande parte dos vencimentos de uma modalidade em atividade.

Finalmente, o que o empolgou, num dia e noite de dezembro chuvoso, por força de uma tecnologia nova que tinha conhecido na América em eventos, como fosse a utilização de raios laser, pela primeira vez num jogo de futebol, como forma atrativa de chamar os sócios ao evento, em que os seus filhos o próprio JR e o Professor Fernando Carvalho Rodrigues passaram a noite e todo o dia do jogo num trabalho insano para a instalação do equipamento a tempo de um início de um Sporting-Benfica.

Doutro passo, historicamente, as associações como o Sporting, nasceram da carolice de homens, com o mesmo pensamento, objetivo e emoção a um determinado fim.

No início do seculo passado, no seguimento da corrente europeia, a burguesia e uma classe média em expansão fomentaram a criação de clubes, nomeadamente, de finalidade social, onde os seus membros (denominados sócios) se reunião ao fim da noite e em animados eventos sociais.

O SCP não fugiu a esta regra no seu início.

Contudo, uma cambada de “irreverentes jovens” ao tempo entendeu divergir de tal objetivo e desviar o mesmo para o sentido da prática do desporto, nessa altura uma atividade ainda incipiente.

Outros seguiram o exemplo abdicando do aspeto social e valorizando a atividade desportiva, que veio a gerar e a ganhar interesse cada vez mais predominante face ao desafio/jogo/ que a atividade vincula como principal premissa da sua existência.

Desde os inícios do século até para lá do seu meio os proveitos que mantinham em atividade estas organizações advinham de participações monetárias, na sua maioria individuais, que eram o suporte da liquidação dos custos estrutura, nomeadamente das rendas das instalações sociais e custos agregados.

Com o seu crescimento, advindo do fator jogo, em que só um dos participantes pode ganhar, estas associações tiveram necessidade de alargar as estruturas, nomeadamente à custa de mecenas que comodavam espaços rurais envolventes à urbe a troca de benemerência ou simbólicas rendas.

Foi assim que o José Alvalade fez, pedindo “um guito” ao avô, e mais tarde que ele lhe cedesse a terreno agrícola da Quinta das Mouras (o tal nº 73 da Alameda das Linhas de Torres).

Depois com a revolução industrial, o aparecimento de novas formas de comunicação, de comércio estes clubes acederam a essa transformação, sendo que o valor das quotas para além de financiar as infraestruturas passou igualmente a suportar os custos da atividade desportiva que de forma incipiente vinham a despontar como forma de “pagar” o esforço dos atletas envolvidos.

Rapidamente a atividade desportiva e especialmente o futebol começou a congregar o interesse de marcas e produtos que viam nele uma forma de divulgação dos seus produtos, sendo nesta fase que o Governos também começaram a prestar atenção ao fenómeno, porque lhe trazia vantagens, nomeadamente as Camaras de Lisboa e Porto que cediam terrenos à expansão e o Governo atribuía subsídios pela formação e prática desportiva.

O SÓCIO (e o seu número) passou, pois, a ter uma importância cada vez mais vital nestas organizações, ao lado das receitas e doações públicas bem como da imberbe publicidade que há cerca de cinquenta anos começou a aparecer nos estádios (quem não se lembra da Gillette e outras marcas no Estádio Alvalade) e até no aparecimento de uma gestão centralizada de tais interesses, nomeadamente a celebre BELARTE, que veio a estar na génese da OLIVEDESPORTOS.

Com um insipido conceito de globalização em marcha, aliado à queda do muro de Berlim, a poderosa oligarquia de leste, carregada de fundos de origem duvidosa viu no mercado de futebol europeu, juntamente com os novos meios tecnológicos, uma oportunidade de negócio, mais tarde acompanhada por iguais oligarcas das “arábias”.

E assim se chega ao conceito de clube empresa, mais conhecido por SAD.

É aqui que se gera a grande mudança de paradigma. Deixa de prevalecer o sócio para existir o acionista contra o qual tantas vezes se bateu João Rocha e que de uma forma brutal retira a magia e o encanto do velho sócio.

Quem não se recorda há 30/40/50 anos da espera mensal pela chegada do “cobrador” que nos trazia aquele quadradinho mágico, cortado de uma folha de picotado, empastelada numa capas de cabedal grosso, e nos entregava a quota contra o seu pagamento, permitindo aquele quadrado mágico assistir aos jogos do próximo mês.

Retomando, destratado o genuíno sócio aparece o “acionista” ou o “consumidor” o primeiro que aporta dinheiro para obtenção de ganhos, o segundo que “compra” por um determinado preço a prestação de um serviço desportivo, gerado dentro de uma organização especifica, que nada tem a ver com o velho SPORTING, mas que eu quero, como tantos outros, seja sempre um NOVO E ESTIMULANTE SPORTING DE FUTURO.

E aqui chegado, é minha modesta opinião, que o grande baluarte do SCP (quer ontem, quer hoje no futuro) – será SEMPRE O SÓCIO e não o consumidor, que por várias razões se o produto baixar de qualidade ou outras deficiências o deixará de comprar.

Mas o SÓCIO que ainda hoje sustenta o SPORTING é aquele que, independentemente do resultado de uma competição que sempre queremos ganhar, mas que só um pode ganhar, está disposto a tudo para vera a “RAMPANTE” flutuar nos peito dos nossos grandes atletas.
Termino este meu contributo com a reafirmação que penso estar certa – ontem como hoje e hoje como amanhã – no cerne central do nosso SPORTING, tal como os nossos antepassados o visionaram vai estar sempre o SÓCIO, como me ensinou João Rocha.

É por isso que defendo e entendo que o CLUBE para além das suas preocupações competitivas que devem presidir aos objetivos de um qualquer Conselho Diretivo, deve estar igualmente, pelo menos ao mesmo nível tudo fazer para a satisfação do seu SÓCIO, devendo ser ele uma preocupação central na sua atividade, buscando a todas as horas e dias formas inovadoras de atrair o SÓCIO ao seu seio, e não, como por vezes acontece esquecendo o mesmo atrás da espuma de um titulo.

O SÓCIO DEVE SER UMA DAS PRINCIPAIS PRIORIDADE DE UM CLUBE COMO O SPORTING, devendo o seu Conselho Diretivo desenvolver todos os esforços e finalidades, enroupadas sempre nas novas tecnologias, para que aquele se mantenha vivo, e mantenha todos os seus mais próximos igualmente engajados no AMOR À RAMPANTE.