Três golos, três pontos e um estado de espírito renovado para o novo jogo que se disputa dentro de três dias. Numa partida onde o Guimarães até foi melhor pela estatística, escreveu-se a história em castelhado com destaque para Vietto

jase-vietto

Entrámos numa fase extremamente exigente da época, com o Sporting a jogar de três em três dias. Quinta feira haverá a ida a Paços, no domingo a ida a Tondela, na quinta a ida à Noruega e no domingo a recepção ao Belenenses antes de mais uma daquelas pausas que fazem com que, depois, aconteça esta série de jogos encavalitados.

Mas depois de uma eliminação inaceitável da Taça de Portugal, frente ao Alverca, as vitórias caseiras frente a Ronseborg e a Vitória de Guimarães são um balão de oxigénio importantíssimos para a equipa e para Silas, homem a quem entregaram a tarefa de segurar no comando e disputar a versão premium do Pro Evolution com uma equipa pensada para ser campeão no Match Day.

Talvez por isso, ou por saber que o Vitória iria ser atrevido e abrir espaços, Silas montou uma equipa para jogar em transição. Jesé foi o homem mais avançado, Vietto teve liberdade e Bolasie tem eterna ordem para acelerar. Ainda havia Bruno Fernandes e indicação para os laterais tentarem desequilibrar sempre que possível, acreditando que Doumbia e Eduardo ficariam a tomar conta do espaço nas suas costas.

E a verdade é que, depois de um início animado, as equipas encaixaram nesta ideia de Silas: o V. Guimarães subia as linhas, tinha posse e tentava chegar ao golo em ataque organizado; o Sporting encolhia-se, baixava as linhas e ficava à espera de acelerar para aproveitar o espaço nas costas da defesa adversária. E foi mesmo isso que aconteceu, com Vietto a ser duas vezes protagonista pela qualidade com que conduziu o esférico e assistiu Jesé (grande finalização a tirar o redes do caminho) e Acuña, também ele a sentar o lampiolho Miguel Silva.

O Leão apanhava-se a ganhar contra a corrente do jogo e as coisas estavam a correr tão bem que nos 15 minutos que se seguiram até final da primeira parte, a única oportunidade de golo foi para os vimaranenses, mas o remate de Davidson acabou no poste da baliza.

No recomeço, nada mudou e o Sporting voltou a ir por ali fora e aproveitar uma transição para quae chegar ao golo. Lance para VAR, depois de Miguel Silva se embrulhar com Bruno Fernandes, na área, quando o camisola oito arrancava direito a uma bola solta e a baliza aberta. Artur Soares Dias foi fiel aos seus princípios e recusou-se a marcar penalti (que acho que é) e a terminar com o jogo. E, 20 minutos depois, o Guimarães chegou mesmo ao golo, com Rosier e Bolasie a olharem para Davidson e a dizerem-lhe, “cruza lá se és capaz”. E ele foi, sem problema e sem oposição, com Bonatini a fazer o desvio final já na pequena área.

O Sporting, a atravessar uma enorme crise de confiança, tremeu e os seus adeptos tremeram perante a hipótese do adversário chegar ao empate, algo que ameaçou conseguir duas ou três vezes antes de Coates ir lá acima para cabecear e fazer a recarga vitoriosa quando voltou a colocar os pés no chão. Golo a saber a exorcismo para o Sebastião e a levar-nos para uma isla bonita, imaginária, onde o sol brilha e a água é quente, da qual regressamos rapidamente à terra com um momento (mais um) que mostra os adeptos completamente divididos e a falência de uma máxima de campanha que jamais será real. Que venham, pelo menos, mais ilhas bonitas e mais viagens de ilusão ao longo de 90 minutos.