Vitória justíssima do Sporting frente ao Moreirense, num jogo em que, fruto de um autogolo, começou a perder, mas depressa mostrou tranquilidade e confiança para ir em buscar de uma reviravolta no resultado que acaba por pecar por escasso. Pedro Gonçalves voltou a ser o goleador de serviço, Palhinha foi Palhão

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O jogo não podia começar pior, com aquele autogolo de Neto fruto da ânsia de ser voluntário misturada com as dificuldades técnicas carregadas naquelas chuteiras. Aos três minutos o Sporting estava a perder e se isso era coisa para olhares desconfiados num passado recente – é recordar o que aconteceu frente ao Gil Vicente -, ontem, fruto de uma caminhada segura na primeira liga nacional, os Leões apenas pensaram que faltavam 87 minutos para fazer aquilo que fazem desde que um tal de Lask os atirou para fora da Europa: marcar dois golos.

Dá-me tempo que eu furo
Como água mole em pedra dura bate bate

Com Sporar, Pedro Gonçalves e Nuno Santos na frente, João Mário e Palhinha no meio, sempre a pedir que Porro e Nuno Mendes venham por ali fora a alimentar a velocidade de transição e as mudanças posicionais como forma preferida para chegar à baliza. E bastaram cinco minutos para alcançar o empate, por Pedro Gonçalves, quem mais, aproveitando um cruzamento para a área e a atrapalhação do redes.

O Moreirense, não chegaria a incomodar Adán até final, não admirando que Fábio Pacheco fosse o seu homem em maior destaque, uma espécie de líbero que também era trinco e que foi limpando tudo o que conseguia limpar. E quando não conseguia, Coates ameaçava de cabeça sem direcção, enquanto Sporar aproveitava cruzamento açucarado de Nuno Santos para fazer tremer a barra da baliza de um batido Pasinato. O Sporting tinha muita bola, mas ia para o intervalo empatado.

No recomeço, Sporar voltou a desperdiçar novo cruzamento de Nuno Santos e todos nós perguntámos porque raio Pedro Marques não mereceu uma chamada ao banco depois do “estou aqui!” no jogo da Taça, até porque o avançado esloveno esteve numa noite desgraçada em praticamente tudo o que tentou fazer. Ao contrário de Palhinha, que disse a quem quis ver e ouvir que o meio-campo era todo dele.

Depois, Peter Potter tentou um golo olímpico que só não o foi porque a barra não deixou, mas a vingança serve-se fria e rasteirinha, como a bola que bate na relva molhada mesmo antes do desesperado redes conseguir afastá-la. Pareceu frango e soube a pato, com o Leão a festejar de forma totalmente justa a segunda reviravolta nas oito primeiras jornadas, coisa que não acontecia há 36 anos. E já que estamos numa de estatísticas, este que vos escreve acrescenta que 21 golos marcados em 8 jornadas é o melhor registo ofensivo dos Leões em 30 anos, apenas superado pela equipa de Marinho Peres, e que 22 pontos é a melhor pontuação do Sporting à 8.ª jornada desde que a vitória vale 3 pontos (1995/96). É coisa suficiente para aceitarmos quando esta rapaziada nos pede tempo para continuar a crescer.