Dia de Futsal aqui na Tasca do Cherba e que dia este, pois é o dia em que podemos voltar a festejar, voltar a gritar e a chorar com mais uma conquista do nosso futsal. Para este nosso dia, vamos falar de alguns números, falar dos 3 jogos que tivemos até agora e lançar o que vai ser este jogo onde, ganhando no Pavilhão da Luz, nos sagramos campeões nacionais. Por tudo isto, venham dai que temos muito para se falar!
Números destes duelos escaldantes
Dentro de todos os números que podíamos pegar, vamos começar pelos duelos entre Nuno Dias e Joel Rocha. Começamos pelos dérbis entre os dois, são 51 dérbis com 20 vitórias para Nuno Dias, 14 empates e 17 vitórias para Joel Rocha. Se formos além dos dérbis e formos analisar todos os duelos entre os dois, que remontam a Nuno Dias no Instituto D. João V e Joel no Fundão, são 65 duelos entre os dois técnicos, 31 vitórias para o Nuno, 16 empates e 18 vitórias para o Joel, com um total de 213 golos marcados e 172 golos sofridos para Nuno Dias e 172 golos marcados e 213 sofridos para Joel. Como se vê, é obvio que o equilíbrio reina nos dérbis, os grandes plantéis do Benfica permitiram a Joel Rocha equilibrar os números com Nuno Dias, mas a verdade é que os números pendem sempre para Nuno Dias. Mesmo com equipas piores e menos opções, é Nuno Dias que lidera os números.
Podíamos olhar para muitos outros números, mas vamos nos focar nos dérbis, neste caso em todos os dérbis que Nuno Dias já orientou o Sporting, foram 60 com 26 vitórias, 15 empates e 19 derrotas, a prova (mais uma) de como Nuno Dias está em vantagem e nem mesmo todas as condicionantes impediram Nuno Dias de ter estes números frente ao nosso eterno rival, mas se formos a todos os jogos de Nuno Dias frente ao Benfica temos de ir ainda aos 10 duelos disputados pelo Instituto D. João V onde apenas venceu 2 e perdeu 8, com isto e mesmo com estas más estatísticas no início de carreira (normal atendendo à diferença), Nuno Dias leva 70 jogos frente à equipa da luz com um total de 28 vitórias, 15 empates e 27 derrotas, com 205 golos marcados e 203 golos sofridos. Tudo dados que comprovam a qualidade de Nuno Dias, que para quem ainda se lembra do tempo do Instituto, a qualidade já ali estava as duas vitórias e os vários jogos que criou dificuldades ao Benfica demostram isso mesmo, mas ficam aqui expressos os números do melhor treinador do mundo frente ao nosso rival.
Primeiro jogo
Roçou o perfeito
Este jogo foi até agora o nosso melhor, isto porque entrámos muito bem, a dominar e controlar a partida, sempre por cima, sempre no controlo do ritmo de jogo, sempre com um andamento intenso e sempre a criar problemas ao Benfica. Nem quando eles tentaram subir linhas e muito menos no 5×4 eles conseguiram criar perigo e ter oportunidades relevantes. Realmente este primeiro jogo foi onde jogámos melhor, onde estivemos a roçar o perfeito em todos os momentos de jogo, além de que conseguimos expor mais as fragilidades defensivas do Benfica, eles tiveram mais problemas a controlar o Rocha, que fez um jogão, tiveram problemas em controlar o Merlim, o Pany e nas bolas paradas estiveram muitas vezes perdidos nas marcações. Soubemos marcar no momento certo, no caso o segundo golo que surgiu quando eles estavam numa fase ascendente, soubemos pausar o jogo sem adormecer e sem errar, por tudo isto o jogo foi bem diferente de todos os seguintes e realmente aquele onde estivemos melhor.
Segundo jogo
Mais erros e maior aproveitamento adversário
Neste jogo já foi diferente, entrámos mal e nem foi pelo golo sofrido, foi pela forma como estávamos a conceder espaço na defesa que por norma não são concedidos, entrámos apáticos e a errar muito mais que o normal, o Benfica soube marcar cedo e esteve por cima alguns minutos no início deste segundo jogo, mas quando acordámos fomos para cima e não tardou para que o jogo passasse a ser controlado por nós. Prova de como melhorámos é que dispusemos de muitas oportunidades e ao minuto 5 já tínhamos dado a volta ao marcador, tudo porque subimos as linhas, pressionávamos mais alto e com isso eles voltavam a sentir mais problemas, como se viu no nosso segundo golo onde o Pany aproveita de forma irrepreensível um erro deles na saída de bola. Depois a errar mais a resposta deles é sempre a mesma, tentar esticar jogo, tentar partir o jogo e com isso aproveitar mais as costas da nossa defesa, alguma desatenção ou alguma falha, mas a verdade é que depois da “cambalhota” estávamos muito bem e de novo a dominar o jogo a nosso belo proveito, prova disso o terceiro golo que surge em mais um erro, neste caso do Roncaglio, onde o Pauleta aproveita muito bem para fazer o golo. Nesta altura o jogo estava nosso, erámos nós que controlávamos tudo e mesmo com os erros iniciais dava ideia que ia ser nosso.
A verdade é que eles voltaram a saber aguentar e mesmo com o Sporting por cima eles conseguem marcar e tal como inúmeras vezes ao longo da temporada, onde em alguns jogos estavam por mais por baixo, eles conseguiram marcar e num mau período relançam a partida e a maior prova é que depois do Robinho reduzir para 3-2, eles empataram de grande penalidade. Depois na segunda parte entrámos de forma bem diferente, bem melhores e sem errar, com isso chegámos novamente aos dois golos de vantagem. 2 golos de Taynan que nos deram uma vantagem que parecia que era segura, porque estávamos por cima e a dominar o jogo. A verdade é que errámos, baixámos as linhas, deixámos de pressionar tão em cima, demos mais espaço, cometemos mais erros, permitimos que eles fossem subir no terreno e que começassem a estar por cima e no controlo do jogo em grande parte dos momentos. Robinho apareceu para assistir o Arthur e depois o Jacaré fez o que ainda não tinha conseguido, aparecer no jogo e marcar. No prolongamento aconteceu o que raramente acontece, 5×4 do Benfica a funcionar, muito pelo Tiago Brito que tal como o Pany e outros continuam a ser muito desvalorizados no nosso futsal, mas o Benfica marca e consegue passar para a frente, acabando por não perder mais esta vantagem, mesmo com o nosso 5×4 a funcionar, mesmo com algumas oportunidades, eles conseguiram segurar esta vantagem e acabaram por vencer este jogo. Cometemos muitos erros e o Benfica soube aproveitar cada um deles de forma categórica, mas a arbitragem foi horrível, das piores arbitragens que já se viram, não é desculpa, erramos e perdemos por isso, mas cada um dos nossos erros teve ainda mais uma penalização que foram os erros dos árbitros, Filipe Duarte como sempre muito mau, é um mau arbitro e nunca o vai deixar de ser.
Terceiro jogo
S. Guitta a barreira intransponível
Neste terceiro jogo as coisas voltaram a ser diferentes, o Sporting voltou a entrar mal e fizemos uma má primeira parte, Benfica esteve mais por cima que nos jogos anteriores, conseguiram em alguns momentos controlar, mas a verdade é que mesmo menos bem fomos nós que conseguimos marcar contra a corrente do jogo. A verdade é que mesmo menos bem, fomos conseguindo ter várias oportunidades, mas a verdade é que o Benfica foi melhor neste primeiro tempo, estiveram por cima e com mais momentos de posse do que nos jogos anteriores e valeu muito o Guitta a salvar e a segurar perante uma parte onde estivemos menos bem. Destacar a entrada do Hugo Neves, mais uma vez o miúdo entrou e como em todos os jogos que o fez ele mostrou-se, aquele lance com o Roncaglio é um exemplo, mesmo com toda a atrapalhação, mas mais uma vez o Neves a entrar bem e a mostrar bons pormenores, porque realmente ele é bom pivot. No segundo tempo deu Sporting, assumimos desde o começo da segunda parte as despesas do jogo e como normalmente fomos nós a estar por cima. Mais remates, mais posse, mais domínio e mais oportunidades e ia valendo muito o Roncaglio ao Benfica. O nosso segundo golo é o polêmico, não vou entrar nessa discussão, já se falou tudo e já analisou frames de todos os lados, de todos os cantos, desde a câmara lateral até àquela especial que só alguns possuem, mas independente disso é um remate do Erick que vai ao poste e que o Roncaglio desvia com o rabo para dentro da baliza. 2-1, vantagem justificada e continuávamos por cima. Depois disso, Joel Rocha colocou o 5×4 mais cedo do que o normal, por norma é nos últimos 5 minutos, como se viu no outro jogo, mas desta vez foi dentro dos últimos 7 minutos, a verdade é que voltou a ver-se o mesmo 5×4 de sempre, com problemas, mal trabalhado e sem conseguir incomodar o Sporting.
Com isto, estamos a uma vitória de vencer mais um título e fazer o que ainda não se conseguiu: ser campeão nacional na mesma época em que se foi campeão europeu.
Para este jogo que vamos ter hoje existem vários pontos, mas vou destacar alguns que vão ser fundamentais para mim:
Rocha – acabar em beleza
O nosso pivot fez um ótimo primeiro jogo, não tendo estado mal e muito do que não fez foi pelo coletivo, pela forma como abordámos estes dois últimos jogos, mas independente disso precisamos muito do Rocha neste jogo. Sabemos que o Nilson não consegue em momento algum ganhar no duelo com o pivot do Sporting. É o jogo onde o Rocha tem de brilhar e despedir-se assim com uma grande exibição.
Entrada em jogo
Parece parvo, mas a verdade é que a entrada em jogo vai ser muito importante, não quero dizer que o resto do jogo não vai ser importante, mas com sabemos e já vimos como uma má entrada pode pesar no resultado e por isso mesmo temos que voltar a fazer o que fizemos no primeiro jogo, entrar muito bem, não errar e tentar desde cedo deixar o Benfica fora do jogo.
Pressão alta e sem baixar linhas. Neste caso é simples, é falar de algo que fazemos muito bem e que nos coloca logo por cima, pressionar alto até porque o Benfica sente problemas na saída de jogo e depois é o baixar as linhas com cuidado, isto porque como se viu no segundo jogo, baixar demasiado as linhas dá uma vantagem ao Benfica que nem eles esperam. O baixar de linhas é normal em alguns momentos, pelo cansaço da época e o ritmo destes jogos, mas voltamos ao ponto de repetir ou fazer algo parecido com o primeiro jogo, saber ter bola, mesmo com linhas mais baixas, saber ter posse e colocar gelo no jogo, um dos pontos chaves vai estar aqui.
Espaços e duelos
Neste ponto é o normal, falar de que não podemos dar espaços porque sabemos que do outro lado estão jogadores como o Robinho, jogadores sempre capazes de criar e inventar e que se lhe voltarmos a dar espaço acontece o que já aconteceu nestes duelos, eles assumem e ficam por cima na partida e isso não pode acontecer. Pegando neste ponto acrescento ainda os duelos, isto porque existem marcações específicas e jogadores designados para “duelar” com apenas e só com aquele jogador, como o Erick ou Matos com o Jacaré e por isso mesmo um dos pontos vai voltar a estar nos duelos, com duas equipas que se conhecem tão bem e onde existem as individualidades que existem, Merlim, Rocha, Pany, vão ser alguns que vão ter que vencer cada um dos duelos com os seus marcadores para que o Sporting fique mais perto da vitória.
Por fim, o último ponto…VENCER. Este último ponto é o que não tem lado tático ou de analise, é o ponto que todos queremos, é a vitória e nada mais além disso.
Pequena adenda, temos muito para falar, desde o balanço do futsal feminino, falar do que está para vir nas nossas duas equipas, mas esta adenda é apenas para dizer que vamos ter equipa feminina, renovações de algumas das peças mais importantes, novo treinador e no caso alguém que conhece bem a nossa casa e além disso regressos e novas caras com muita qualidade. Primeiro que venha este título e que hoje se consiga levantar este caneco, mas depois disso vamos ter muito para falar e para se analisar.
Muito obrigado a todos, acaba mais um dia de futsal, este especial e já em contagem decrescente para o grande jogo de hoje, não se esqueçam que é às 17h30 e que no final a vitória seja nossa, é tudo o que queremos!
*às quartas, o Zé Ricardo mostra que está mais atento que o mister Nuno Dias e traz-nos todas as novidades do Futsal
14 Junho, 2021 at 6:33
Topico interessante. Fiquei a saber que ter menos ou mais socios e’ irrelevante porque as diferencas de dinheiro geradas sao minimas.
Entao, os brilhantes sucessos de um passado recente que eram propagandeados pelo facto de ter havido um maior investimento gracas a uma massificacao do numero de associados caem por terra. Como cai por terra a importancia de uma diminuicao abrupta do numer de socios aquando da ultima renumeracao.
Ah, tambem aprendi que so’ vale a pena ser socio para quem e’ perto de Lisboa, (presumo que todos os socios sejam moradores da cintura urbana da capital) porque ser-se socio e’ apenas justificavel por eventuais vantagens economicas do facto, a importancia afectiva nao conta para nada.
Para finalizar, aprendi que quem nao e’ socio e quem incentiva os outros a nao o serem e’ que devem ser valorados, que esses sim sao os “verdadeiros”.
As coisas que eu aprendi neste topico… Como o Dia de Camoes foi ‘a pouco tempo, algo para lembrarem:
Ao desconcerto do mundo
Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado:
Assim que só para mim
Anda o mundo concertado.
Luís de Camões Camões, L. de. Esparsa ao desconcerto do mundo (poema).