Parece que vai começar a sério para as nossas equipas, por isso vamos falar nelas. Começamos pelas meninas e, na próxima semana, falaremos da equipa masculina que jogará a Supertaça contra o SL Benfica no dia 2 de outubro.

Hoje é o dia delas! Vou organizar a escrita por posição e pelas expetativas.

Distribuidoras:
Nesta posição crítica de uma equipa de voleibol, tivemos uma troca de todas as jogadoras. Saiu a Beatriz Rodrigues para os EUA (onde está a brilhar como se vê pelas consecutivas vitórias da sua universidade) e a distribuidora titular. Chegam para a nossa equipa a Ju Carrijo e a Margarida Rocha. Começando pela última, chega de Belém, onde andava a jogar na entrada (!). Não conheço bem o seu jogo, por isso estou curioso para a ver com a bola nas mãos. No voleibol moderno, onde as substituições para inversões táticas podem virar jogos, a Margarida terá um papel importante nesta época. A Ju Carrijo tem currículo e chega com ambição. Já vi muitos jogos desta jogadora e é uma lufada de ar fresco. A sua bola mais forte é o passe para as costas. Diria que não ficamos a perder em nada com a troca das titulares. Espero que se adapte rapidamente às colegas para que nos brinde com a sua classe. Vem da superliga do Brasil onde era uma jogadora de destaque. Basta ver entrevistas e acompanhá-la nas redes para interpretá-la como uma jogadora de equipa e potenciadora de bom ambiente. Está no sítio certo.

Centrais:
Para este ano tivemos a saída de uma das favoritas dos adeptos, Gabi Rocha, e da Natali. Para as substituir chega a Jady Gerotto, vindo do CD Aves. A Jady é aquela jogadora que todos conhecem, lhe atribuem qualidade e ninguém percebe como ficou 3 épocas no CD Aves. Já devia ter dado o salto e fê-lo agora, no Sporting CP. Há uma bola que bate de forma maravilhosa, “china”, e poucas em Portugal têm tanta eficácia neste ataque. Irá lutar, arduamente, pelo lutar com a Amanda Cavalcanti. Já foram várias as vezes que falei desta jovem atleta. A Amanda será, para mim, a melhor central portuguesa a muito curto prazo. Está a evoluir rapidamente e atenção a ela! No final da época passada já mordia os calcanhares à Gabi, jogando bastante tempo nas finais. Gosto dela! Por fim, a craque Aline Timm. Começo por valorizar o seu esforço em comunicar consistentemente a partir do seu Instagram. Tem feito muito e, chamado a si, um papel integrador, motivador, de confiança e simpatia. No ano passado acelerou a chamada do seu ataque para um tempo muito difícil de blocar. Se mantiver o nível vai ser tão bom vê-la jogar! Cá para nós que ninguém nos ouve, eu acho que a Aline sente que este ano é o ano, vai acontecer o seu primeiro campeonato ganho. Mas ei(!), shhh!

Opostas:
Para esta posição aparece a Regalado e a Vanessa Paquete. A Regalado é uma jogadora conhecida por quem acompanha o voleibol sul americano. Fica estranho nunca ter tido vontade de ter dado o salto para a Europa. Tem qualidade (e altura) para isso. Acredito que será uma das grandes jogadoras do campeonato. A Vanessa Paquete teve uma época não tão boa como esperava. A lesão afetou e, excepto a espaços, nunca se mostrou em todo o seu potencial. A juntar a isso, a distribuidora do ano passado tirou-lhe a confiança do passe e assim é difícil ganhar segurança. A minha verdade é que adoro a Paquete. Gosto do jogo dela, da garra, ambição, qualidade técnica. Gosto e recuso-me a acreditar que o seu regresso se ficou pelo que deu ano passado. Por isso, assumo aqui que a Paquete terá um papel IMPORTANTÍSSIMO este ano. Pode não começar na pole position para a titularidade, mas a Regalado terá de suar muito para jogar sempre. Ela é leoa e isso vai-se ver!

Entradas:
As atletas para esta posição são: Thaís Bruzza, Daniana, Maria Maio, Claire Vercheval e Bochkareva Evgeniya. A Bochkareva Evgeniya vem da superliga russa e tem uma recepção de muita qualidade. A altura que tem, 1,85, torna-a numa jogadora muito forte no ataque. Pouco vi sobre esta atleta, por isso teremos de esperar para ver. A Thaís é nossa conhecida e sabemos o que traz ao jogo. A sua qualidade no primeiro toque dá-lhe uma importância vital nesta equipa. É com ela que vamos continuar a brilhar! A Claire chega do Canadá com um braço potente. Será a 3ª atacante da posição, dando-nos mais uma opção de força. Não é tão efetiva como as colegas no primeiro toque, mas será importante para virar jogos onde a potência é a solução. A Daniana tem o seu papel muito bem definido, tal como aconteceu no ano anterior. O serviço e apoio defensivo são as suas armas para ajudar a equipa. Por fim, o regresso da Maria Maio desta vez para a entrada de rede. Estou curioso por ver como se ajustará a esta posição. No ataque não terá preocupações de adaptação, na recepção eu não conheço.

Líberos:
Para esta posição temos a wonderkid Carolina Garcez e a capitã Daniela Loureiro. A Daniela deixa de ser necessária apresentações porque basta ver um jogo e perceber a qualidade. Fez uma época anterior espetacular onde estava com performances de receção e defesa muito boas. A expetativa é que mantenha esta qualidade e nos lidere ao sucesso. A Carolina é mais uma atleta que gosto muito. Vai para a 3ª época no Sporting CP onde jogou bastante na primeira e menos na segunda. Seria titular em qualquer equipa a sul, mas nenhuma nessas lutaria mais do que a manutenção. No Sporting CP está com as melhores e numa equipa que luta por objetivos superiores. Creio que terá mais espaço para jogar este ano e será um prazer ver a menina dos nervos de aço em campo.

EXPECTATIVAS
O campeonato está duro! O Sporting CP vai estar na luta pelo campeonato tal como o Leixões SC, Porto Volei, SL Benfica e a campeã AJM/FC Porto. Para além destas há ainda 3 clubes que serão uma incógnita e que, para mim, podem ter uma palavra a dizer. Estes são o GC Vilacondense, Clube K e AVC Famalicão. Ora, está aqui um belo campeonato.

O Sporting CP nunca esteve tão bem preparado para ganhar. Esta será a equipa mais forte desde que recomeçamos o voleibol. Apesar de ser uma opinião muito redutora digo que as nossas expetativas são diretamente relacionadas com a performance que a Bochkareva Evgeniya terá na equipa. Se ela se aproximar (ou ultrapassar) dos níveis da anterior jogadora da sua posição que está na AJM/FC Porto, então seremos fortes candidatos. Isto porque estamos muito bem garantidos em todas as outras posições de jogo. A bola tem de rolar para vermos, todos, em que patamar vamos atacar a época.

Confio a 100% no mister Rui Costa que, para além de um bom treinador, é um excelente comunicador. Irá, certamente, treinar muito e assumir, desde o primeiro dia que o caminho é para cima, para o título.

equipafeminina3

*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.