O fim de semana vitorioso do voleibol foi uma delícia. Claro que teve o seu expoente máximo a vitória sobre o SL Benfica. Não há como negar que uma vitória sobre os rivais é sempre motivadora. Os rapazes também se portaram bem o que, até parece dar razão ao que disse o Tiago Botelho outro dia no Sporting 160. Já lá vamos.
Escolhi 3 momentos do fim de semana em jeito de compilação.
1º Momento – 3 set vs SL Benfica
Curioso ver que a competência do nosso treinador Rui Costa é o seu maior inimigo. Olhar para a forma como estamos montados taticamente, potencia vitórias como esta. Estes sucessos escondem que há lacunas que, em momentos decisivos, vão fazer a diferença. Se a rotação constante da equipa apura a astúcia do treinador ao mesmo tempo que mostra que não há uma craque que possa carregar a equipa/campeonato às costas.
Por curiosidade, se virmos o 3º set, temos a conclusão de tudo o que foi dito anteriormente. A perder 16-10 e com a Bárbara em dificuldades para fechar pontos, entrou a Rafa. Entretanto, a Aline também entra em campo substituindo a Jady e, aos 19-12, a Ana Figueiras cede lugar à Martinelli. Meia equipa rodada num curto espaço de tempo à procura da reviravolta. Apesar disto, as opções táticas mantinham-se porque o treinador do SL Benfica continuava sem ajustar a sua equipa. Então, havia 3 opções logo evidentes:
A – Serviço em zona 1 (já tínhamos feito isto para condicionar o passe da Lila quando ainda estava a jogar no Leixões SC);
B – Ataque na grande diagonal para zona 1 ou muito a procurar a Lila;
C – Não dar as mãos (bloco) à Fernanda Silva quando a bola estava afastada da rede.
Como já disse, dado que o treinador adversário nunca ajustou nada virámos o jogo porque:
– Com a recepção em zona 1 do adversário também a estar com uma eficácia baixa, tivemos um 2 em 1 para condicionar o passe da distribuidora do SL Benfica;
– Quando tínhamos bola privilegiava-se o ataque em zona 1, com grandes diagonais;
– Curiosamente a Fernanda Silva falha duas bolas importantíssimas com dois ataques na rede sem bloco;
– E, claro, uma super super super super super super super super super super Aline no serviço.
Claro que estou a falar do mais diferente porque o mérito é coletivo e o trabalho feito pela Bruzza ou Amanda durante todo o jogo deve ser enaltecido. O objetivo aqui é dar um olhar um pouco mais afinado apenas ao detalhe do 3º set.
2º Momento – Início de Set com AA São Mamede
O Sporting CP anda-se a esquecer de nomear o novo treinador. Falaram-se em 3 nomes que serviriam bem ao clube. O João Coelho recusou e quer outros voos. O Nuno Coelho tem a sua vida profissional escolar que também impossibilita a vinda. Isto tudo segundo o que li no leonino. O professor António Rodrigues seria um nome interessante também, mas ainda não li informações de recusa.
Serve esta conclusão para falar do erro amador que o treinador interino cometeu no jogo de sábado. Fico na dúvida se foi nervos ou incompetência, até admito nervos elevados. Ainda assim teve mais que tempo para se preparar para a sua primeira tarefa – colocar bem os números com a formação num papel. Ainda assim os jogadores não se deixaram perturbar e venceram o set! Estas duas situações deixam-me duas questões:
– cada ano o Gersinho tinha de escolher uma equipa técnica, não tendo estabilidade. Será que nos devemos situar por este erro para perceber quem o ajudava ou “ajudava”?
– subitamente os jogadores começaram a ganhar jogos, até durante situações táticas muito adversas. Dizia o Tiago Botelho estes dias: “Fica claro agora, tudo o que se passou nos últimos tempos do voleibol masculino do Sporting. Quando não existe um treinador líder, o mesmo fica refém do carácter dos jogadores.”
Tal como o Tiago, também me parece que o Gersinho não teve a lealdade dos jogadores que (curiosamente) escolheu para estar ao seu lado no melhor clube do mundo. Isto não deixa NINGUÉM bem na fotografia.
3º Momento – Daniela Loureiro
“A 4 de Outubro iniciei uma aventura pelo desconhecido, com umas quantas incertezas e medos! Acordei com a cabeça a latejar e mais uns quantos sustos”
É assim que começa um post no Instagram da nossa atleta e capitã Daniela Loureiro nestes dias. Só um animal insensível consegue ler as palavras “desconhecido”, “incertezas” e “susto” e não ficar imediatamente preocupado com a Daniela. De uma forma agradecida e corajosa contou-nos o motivo da sua ausência. Ainda disse mais umas palavras que me deixaram muito vaidoso enquanto sportinguista. “Jamais daí até hoje estive sozinha!”. O Sporting CP são as pessoas e aquelas, sim, são a adjetivação do clube.
Leiam tudo aqui: https://www.instagram.com/p/CkbnNRgMH48/
As melhoras, Dani.
Duas notas finais:
Termino dizendo que o Gersinho, enquanto pessoa e vencedor de um título de verde e branco, não merecia sair com tanto ódio sobre ele. Admito que a saída fosse inevitável, mas os sportinguistas foram muito duros. Da minha parte, fica um obrigado e desejo de sucessos no futuro.
Juntamente com uma malta escreveu-se quem eram os melhores jogadores masculinos e femininos para esta época de 2022/23. Eu escolhi a nossa Bruzza! Espreitem outras respostas aqui: https://fairplay.pt/modalidades/campeonato-nacional-de-voleibol-quem-vao-ser-os-mvps/
E porque recordar é viver, termino com o meu vídeo preferido da craque.
*quando vê uma aberta no meio campo adversário, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.
4 Novembro, 2022 at 9:09
espero que, este ano, a solidez da nossa equipa feminina vá para lá da época regular e que as pernas não tremam quando chegar o “mata mata”
quanto à questão da mudança de atitude dos jogadores… só quem nunca praticou um desporto colectivo pode achar que a forma como o treinador chega aos atletas é “um pormenor”. Ou estamos todos com ele, ou se há um terço do balneário a atirar-lhe cascas de banana para os pés é meio caminho andado para dar merda
4 Novembro, 2022 at 9:15
Mas se foi ele que os foi buscar ou esteve envolvido na contratação destes jogadores, como é que os jogadores podem não estar com ele?
É tudo muito estranho…..aquele terceiro set contra o Castelo da Maia, deve ter sido das piores exibições que vi fazer, uma equipa do Sporting com ambições.
4 Novembro, 2022 at 9:30
Todos os treinadores têm jogadores a “fuçar” e a tentar que dê merda. A diferença é quando existe alguém acima que põe travão.
Ou alguém acha que o Nuno Dias e o Paulo Freitas não passaram pelo mesmo? Apesar de terem lideranças diferentes do Gersinho havia alguém acima que fazia o seu papel.
Agora quando aos jogadores se juntam a equipa técnica…. aí não há nada a fazer.
4 Novembro, 2022 at 9:37
Mas Carlos, metade destes jogadores nem têm 3 meses de clube….
Acho que nem tempo houve para formalizar qualquer tipo de espirito de grupo… para o bem e para o mal!!!
Tem que ser mais que isso
4 Novembro, 2022 at 17:35
É precisamente por isso que precisamos de uma diferenciada para a zona 4. Isso mesmo !
4 Novembro, 2022 at 9:25
Tal como o Adrien S. diz, o feminino continua a ter lacunas. Vão sendo disfarçadas até ao limite. Já vimos que apesar dos malabarismos do treinador, não chega. Tal como não chegou nos anos anteriores. Resta saber se vão corrigir ou deixar andar na esperança que chegue.
Quanto ao masculino, a serem verdade os nomes avançados, percebe-se que o João Coelho não queira vir. Nem ele, nem o Nuno Coelho, nem o António Rodrigues, nem ninguém com dois dedos de testa.
O João Coelho porventura seria a melhor solução. Pela forma disruptiva e às vezes quase insana como gere a equipa. Vimos isso na época passada. Fez uma rotação brutal na equipa. Não havia titulares e suplentes.
O Nuno Coelho é um grande sportinguista mas vir do Porto para Lisboa….
O Professor António Rodrigues tem mais títulos do que todos os outros treinadores juntos que por cá passaram. E é raposa velha. Ele bateu com a porta quando o Santana Lopes anunciou que ia convocar uma AG para decidir o futuro da modalidade.
E em comum têm todos o facto de gostarem demasiado da modalidade para comandarem um barco à deriva que tem já tem dois buracos no casco. O primeiro é a vontade desta direção em acabar com a modalidade. O segundo foi despedir o treinador à 3ª jornada.
Quanto à saída do Gersinho e sobre o papel dos jogadores, equipa técnica e direção só tenho três palavras: coup de grâce
4 Novembro, 2022 at 12:43
venha que treinador vier, é fundamental existirem objectivos bem definidos e serem devidamente comunicados aos sócios e adeptos. Falou-se num projecto a quatro anos, mas nem se percebeu bem quais as etapas até chegar a esse hegemonia
este grave problema de comunicação é transversal a todo o clube, vai-se safando o futsal porque existe um Nuno Dias e um João Matos que orientam o barco e passam a mensagem, levando atrás de si os restantes atletas e os adeptos
4 Novembro, 2022 at 17:22
Hegemonias por decreto funcionam sempre… 😀 😀 😀
4 Novembro, 2022 at 9:29
Mistérios insondáveis da natureza humana.
4 Novembro, 2022 at 11:39
Em relação ao Voleibol Masculino tenho a mesma opinião relativamente a liderança de Gersinho, e já tinha deixado um comentário sobre isso.
De resto, excelente post e que consigamos transformar esses bons indicadores numa caminhada segura para a conquista dos respectivos campeonatos.
Também sou fã da Bruzza, uma força da Natureza!