Mateus Fernandes a caminho do Southampton, por, diz-se, 18 milhões, divididos em 15 + 3 por objectivos.

A saída do médio foi dada em primeira mão por Rúben Amorim, na flash logo a seguir à goleada na Choupana, e deixou a família leonina realmente surpreendida, ao ver sair um dos putos em quem se depositam maiores esperanças.

Passadas algumas horas, confesso-vos que ainda não sei muito bem como digerir este momento.

Por um lado, sendo um formação lover confesso, queria, muito, que esta fosse a época em que o Mateus desse continuidade à grande temporada feita no Estoril. O médio tem tudo para ser um grande jogador, além de nos oferecer uma capacidade de aceleração em direcção ao meio campo adversário que não vejo outro médio a fazer.

Além disso, esta era a primeira época em que, efectivamente, tínhamos gente suficiente para as duas posições centrais do meio campo. Hjulmand, Morita, Bragança, Mateus Fernandes, com Essugo à espreita (sim, eu gosto do Essugo), garantiam a possibilidade de rodar, face à quantidade de provas que o Sporting vai disputar. E ainda há um diamante à espera de ser lapidado, chamado Samuel Justo.

Ora, esse foi o primeiro pormenor em que pensei quando soube da saída do médio, e que me irritou. Depois, irritou-me também o valor pelo qual estamos a vender o Mateus, quando, pelo menos na minha cabeça, se trata de um dos activos que poderiam valorizar e vir a sair por três vezes o que vamos receber agora. No fundo, parece-me mais um momento Fatawu, que também ainda não consegui digerir na plenitude.

Por outro lado, consigo fazer um esforço para entender que vender o Mateus pode ser uma opção para não ter que vender, por exemplo, um Gonçalo Inácio.

É verdade que recebemos dinheiro do Fatawu, que este ano entram milhões da Champions, que as percentagens associadas a jogadores como Palhinha, que rendeu mais 3M por assinar pelo Bayern (e tão mal vendido que foi Palhinha), mas, parece-me, estava tudo pensado para fazer uma venda gorda este verão, muito provavelmente de Diomande.

A lesão, mais uma, de St Juste, e, mais ainda, a saída às três pancadas de Coates, muda tudo. Ficar sem Diomande ou Inácio, dois centrais que poderiam render meia centena de milhões, seria um real problema neste momento, até porque se há pormenor a trabalhar este ano, esse pormenor é, precisamente, a afinação da defesa que ficou órfã de um líder (esse mesmo que tu disseste que estava acabado e que nem tinha lugar face aos restantes centrais do plantel).

Para me ajudar a ultrapassar a azia que a notícia me provocou, posso ainda pensar que, neste momento, pelo menos no que nos ia sendo dado a ver, Mateus, era a quarta opção para o meio campo e, quando era lançado, entrava para o lugar de Pote, naquele falso lugar de extremo esquerdo que é mais um interior com liberdade de movimentos.

Pensando assim, também posso pensar que estes 15 milhões garantem a contratação do Maxi Araújo, que vez precisamente com a capacidade de fazer não só toda a ala, como de jogar onde Pote joga, o que permite puxar o camisola 8 para o centro do terreno, se assim for necessário.

Resumidamente, conforme escrevi acima, passadas algumas horas, confesso-vos que ainda não sei muito bem como digerir este momento. Resta-me desejar boa sorte ao Mateus, que em Inglaterra estará num local fantástico para dar uso às suas mais valias (cheira-me a Palhinha take 2), e resta-me desejar que Maxi e um avançado cheguem depressa, e que, no final, o Mateus esteja feliz e nós estejamos felizes, a celebrar o tão ansiado bicampeonato.

Vamos ver…