«Hoje foi o primeiro dia em que consegui despir a camisola de Presidente do Sporting CP. Olhar para trás e de forma calma olhar para tudo.
Tenho de começar logo com um primeiro agradecimento especial aos quase 30% que votaram na nossa não destituição. Nem vale mais discutir se foram mais ou não. Vale a pena agradecer, do fundo do coração, a estes Sportinguistas que mostraram toda a sua confiança, gratidão, carinho e reconhecimento pelo trabalho feito e que estava a continuar a ser realizado.
Depois um enorme agradecimento aos 6 Leais companheiros de Direcção e ao Fernando Carvalho, guerreiro resistente do CFD.
E estes 5 anos? Do popular ao populista. Do discurso – forma versus conteúdo – às tomadas de posição. Forma construtiva ou destrutiva de agir.
Nunca quis ser um Líder populista. Um demagogo de frases feitas, que age para seu benefício e que quer levar as massas por promessas ocas mas apelativas.
Pelo contrário, sempre quis ser um Líder popular, com os pés assentes na terra, com um discurso mobilizador que voltasse a devolver o orgulho e respeito a um Clube que estava adormecido, resignado e sem energia.
E aqui acho que começou um pouco a confusão entre ser popular ou populista.
Era fundamental ter um discurso forte para “acordar” os Sportinguistas e lhes devolver a crença de que podiamos de facto voltar a ser o Grande Sporting! Um discurso ambicioso, virado para dentro e para fora, demostrando ao Mundo que estávamos aqui para vencer tudo e exigir de volta o que tinhamos perdido: Respeito.
Isto abriu uma guerra geracional que não era de todo o pretendido. Temos uma geração que conseguiu ter a sorte de ver um Sporting CP a ser o crónico vencedor e sem precisar de ter um discurso de “combate”. Esta geração conseguiu ver o Sporting CP vencer com a possibilidade de ter um discurso “estadista”. Depois temos uma geração que pouco ou nada viu o Sporting CP ganhar. Que estava habituada a ser gozada, com o Sporting CP a ser considerado um Clube amigo e simpático. Uma geração que quer ser feliz.
Estas gerações distintas não têm de estar antagonizadas. Têm todos apenas de perceber e entender os desafios do Séc. XXI para um Clube que, dos grandes, era o mais pequeno e o mais endividado.
A minha pressa de devolver alegrias ao Universo Sportinguista pode ter sido entendida por alguns como accão de um populista e que dividiu as gerações. Mas nunca foi essa a minha intenção. Prometemos um Clube que voltasse a ser a Maior Potência Desportiva Nacional e conseguimos esta época provar isso, de forma inequívoca. Voltar a ser um Clube de ADN eclético e fizémos o Pavilhão. Que se podia ser competitivo no futebol e manter a maioria da SAD (e com lucros constantes). Isto não são tiques de um populista, são actos de uma equipa que se quis de matriz popular e que cumpriu sempre as suas promessas, conseguindo uma mobilização nunca vista no Clube, com a Missão Pavilhão, a unificação da Curva Sul no Estádio e estarmos quase na meta dos 180.000 Associados.
Mas confesso que se olhar bem, se olhar profundamente, a pressa com que tudo foi feito, o trabalho 24h/24h que não permitiu um sentido mais diplomático de actuação, pode ter deixado uma imagem errada a muitas pessoas. Fui pouco hábil na diplomacia, pois não tinha mãos a medir num trabalho e objectivo de recuperação desportiva, financeira, de imagem, que tem uma dimensão de necessidade e de empenho que ninguém imagina.
O discurso? A vontade de fazer sempre mais, e mais e mais, levou a que o discurso não fosse moderado. E era necessário ter tido a habilidade de não criar desgaste e ruptura com esse discurso. Mas a verdade é que, quanto mais sucesso mais e maiores os ataques sofridos. Quanto mais ataques mais necessidade de defender o Clube com unhas e dentes. Quanto mais se defendeu o Clube com unhas e dentes mais o discurso começou a parecer destrutivo, belicista, nunca apaziguador… Um ditador arrogante mas afinal era só um Líder apaixonado e disposto a dar a vida pelo nosso Clube. Mas o discurso levou a que muitos Sportinguistas se afastassem, mesmo não percebendo o porquê… Nem eu percebi, até esta reflexão. Afinal, o conteúdo era aparentemente 100% correcto, os objectivos até estavam a ser cumpridos (excepção ao futebol sênior profissional), o sucesso ia aumentando, mas com isso também a imagem de um ditador, belicista e incapaz de se proteger. As minhas tomadas de posição nunca quiseram refletir o que sou na realidade, mas tão somente o que, dia a dia, tinha de ir superando para resolver todos os problemas herdados e os constantes obstáculos que nos eram colocados. Foco total no trabalho e foco 0 no tratamento da imagem pessoal / política / institucional do Presidente. Sempre acreditei que os resultados tudo superassem, até porque todo o discurso e tomadas de posição eram para o Clube chegar ao sucesso. O Clube chegou ao sucesso e a minha imagem pessoal ficou totalmente deturpada ao olhos de muitos. E são as pessoas que têm culpa? Algumas ajudaram, alguma comunicação social contribuiu, mas o maior culpado fui eu que, na busca constante da Glória do Clube, me esqueci de mim próprio e da forma que deveria projectar a minha imagem.
O meu desejo é simples, que se acabe com este processo disciplinar e se permita aos Sportinguistas ouvirem todos os que quiserem falar e decidirem o futuro do Clube e SAD.
E neste momento é muito importante não provocar mais fragmentações do Universo Leonino! Vamos encarar cada lista com o respeito que merece, pois querer servir o Clube não é um “crime” mas sim um acto de paixão.
Vamos ter a humildade de reconhecer as nossas virtudes e os nossos defeitos. Vamos ter a humildade de receber de braços abertos todos os que queiram apresentar o seu projecto para o Sporting CP.
Apelo novamente para que parem com os processos disciplinares em curso, e que deixem aos Sportinguistas a liberdade de se candidatarem e aos outros de poderem escolher quem querem, no próximo dia 8 de Setembro, a liderar o Clube, incluindo o último Presidente e o seu CD, se tal for a nossa decisão.
A demonstração que somos um Grande Clube em tudo é deixar todos, os que assim o quiserem, sem decisões de “secretaria” contrárias, ir a eleições e ver o seu projecto ser aprovado ou reprovado por quem manda: os Associados.
Já agora importa realçar que os Sportinguistas, no máximo, teriam decidido na última AG que queriam novas eleições e não que fossemos suspensos ou expulsos de associados, e com isso afastados das mesmas.
Somos um país livre e democrático e por isso deixemos a liberdade de candidatura e voto aos sportinguistas.
Foi bom poder fazer este exercício claro sobre 5 anos, onde afinal existiram mesmo falhas que lamento, que apesar de achar que são de pormenor a verdade é que contribuí para muitos erros de percepção e de raciocínio, que são legítimos e devem ser respeitados e devidamente ponderados.
Obrigado por 5 anos de puro prazer e orgulho em servirmos o Clube que amamos e a família que adoptámos como nossa: os Sportinguistas»
Bruno de Carvalho in Facebook
28 Junho, 2018 at 20:00
Tarde demais é ser-se do Carnide.
28 Junho, 2018 at 20:31
Que me indiquem um Presidente mais trabalhador que este.
Que me indiquem um Presidente mais obstinado em vencer que este.
Que me indiquem um Presidente melhor negociador que este.
Que me indiquem um Presidente tão exigente, tanto consigo e como com todos os que trabalham no Sporting.
Que me indiquem um Presidente mais transparente que este.
Que me indiquem um Presidente mais genuíno que este.
Que me indiquem um Presidente mais próximo dos sócios que este.
Que me indiquem um Presidente que mais ecletismo desenvolveu.
Que me indiquem um Presidente que mais fez sua a nossa voz.
Que me indiquem um Presidente mais adepto que este.
Que me indiquem um Presidente que melhor recuperação financeira alcançou.
Que me indiquem um Presidente que melhor recuperação desportiva alcançou.
Que me indiquem um Presidente que mais difamado foi.
Que me indiquem um Presidente que menos se pode defender que este.
Que me indiquem um Presidente que nunca errou, ou sequer que menos errou.
Que me indiquem um Presidente que tanto vos orgulhou.
Que me indiquem um Presidente que enfrentou o profissionalismo dos jogadores e que apenas no futebol foi afrontado e derrotado, por falta da nossa coragem.
Que me indiquem um Presidente que mais vos possa ter desiludido, mas que conscientes, pelo acima exposto, digam porquê.
Com muita sorte, poderemos acreditar que encontraremos tão bom, se sinceramente nos convenceremos que não são uma raridade.
Melhor ?
Seria a perfeição, e isso, desiludam-se, nem dia 8, nem dia do são nunca à tarde.
Viveremos mais conformados porque dormiremos menos entusiasmados.
28 Junho, 2018 at 21:22
Eu podia responder a isso tudo. Sabemos a resposta. Mas….o facebook e tal… e umns gelados na testa são mais importantes que esses pontos todos ( para mim não )
Abraço de Leão
28 Junho, 2018 at 20:38
Mas afinal, os 7 vão ser expulsos porquê?
28 Junho, 2018 at 23:43
porque o jms é CORRUPTO e ninguém tem coragem de dizer que o rei vai nú senão também é perseguido.
Na alemanha de hitler se alguém se insurgia à perseguição aos comunistas, opositores e judeus também “ia com os porcos” ou ia para a campo de concentração com os outros ou se fosse militar era espetado num gancho de talhante e assim levaram um povo culto a cometer aquelas barbaridades todas.
Um comentadeiro que não alinhe neste diapasão está queimado e vai ser perseguido no trabalho ou porque é que acham que o fernando mendes (cmtv) voltou o bico ao prego?
Não ouviram as pressões para os membros do cd se demitirem (grandes tachos à espera e se não colaborassem nunca mais trabalhavam em sítio nenhum)?
28 Junho, 2018 at 20:40
Ai caralho ó Bruno… que ne mat (am)(as)
Lentamente…
28 Junho, 2018 at 21:02
Este portugal não merece um clube como o Sporting CP.
– O “problema” de BdC, foi de “disparar contra “tudo” e contra “todos””. Exigiu RESPEITO, coisa que estava afastada das lides Sportinguistas.
– Estancou as novelas das renovações e do sai que não sai das “bellas donnas” que ganharam apenas os ordenados, titulos “BOLA” nem a taça contra o D. das Aves.
– Construiu uma fortaleza para modalidades que estavam nas gavetas da memória.
– Etc…
Mas, disparou contra algo “mais” forte que o Sporting CP, contra os Mendilhões, as FPF’s, os apitadores e a corja da comunicação social.
Dizia-me um benficudo que a mulher é colaboradora dum jornal que já foi a biblia da informação desportiva, ele não pode fazer nada sozinho.
Pois não, disse eu. Mas com os Sportinguistas do seu lado, pode fazer muito!
RESPEITO PELO SCP, venha quem vier!
28 Junho, 2018 at 21:48
Porra deixem o homem ir a votos e depois falamos. Só isso. Tentar impedir é só estupido
28 Junho, 2018 at 22:05
Se esses fdp arranjarem uma manigância para impedir a candidatura do BdC e Cia. temos, aqueles que os defendem, de arquitetar uma candidatura alternativa com a condição de reconstituição da SAD destituída – porque para liderar a SAD até um sócio injustamente suspenso/expulso pode assumir …
Tudo serve para reverter a golpada
28 Junho, 2018 at 23:16
Ó Bruno, 2 coelhos de uma cajadada!
Por um lado voltas a reafirmar o que disseste há uns dias, de que aprendeste que há coisas que não podes fazer, por muito que aches que não fizeste mal.
Por outro, aqui que ninguém nos ouve, passaste a bola para o lado do CG na decisão de te deixar ir a votos, onde, numa votação como deve de ser, esperas provar que os 71 foram um grande 69 e onde nos debates que antes não existiram esperas dar-lhes um bigode maior que o do Torres Pereira.
Mas, infelizmente acho que eles não vão correr esse risco.
Se correrem, quero ver a guerra entre os candidatos para decidirem quem vai até ao fim. Nunca irão todos para não te darem a vitória de mão beijada.
29 Junho, 2018 at 1:19
“Na minha vida tive palmas e fracassos
Fui amargura feita notas e compassos
Aconteceu-me estar no palco atrás do pano
Tive a promessa de um contrato por um ano
A entrevista que era boa
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Na minha vida tive beijos e empurrões
Esqueci a fome num banquete de ilusões
Não entendi a maior parte dos amores
Só percebi que alguns deixaram muitas dores
Fiz as cantigas que afinal ninguém ouviu
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Adeus tristeza, até depois
Chamo-te triste por sentir que entre os dois
Não há mais nada pra fazer ou conversar
Chegou a hora de acabar
Na minha vida fiz viagens de ida e volta
Cantei de tudo por ser um cantor à solta
Devagarinho num couplé pra começar
Com muita força no refrão que é popular
Mas outra vez a triste sorte não sorriu
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Na minha vida fui sempre um outro qualquer
Era tão fácil, bastava apenas escolher
Escolher-me a mim, pensei que isso era vaidade
Mas já passou, não sou melhor mas sou verdade
Não ando cá para sofrer mas para viver
E o meu futuro há-de ser o que eu quiser”