O Sporting Clube de Portugal é uma montanha russa que nos faz ter tantas oscilações, que sorrir num minuto e chorar no minuto seguinte, é uma normalidade. Para esta semana, eu tinha planeado falar sobre os restantes reforços da equipa masculina de voleibol. Tal como já decidi o que vou escrever para a semana e para a outra e mais outra. O mundo é mais fácil com pró-ação do que com re-ação.

Esta introdução serve para justificar este post e mudança do meu tom habitual. O momento assim o justifica! O Sporting Táctico, dizia no domingo, umas palavras interessantes que vou colocar nesta rubrica: “O Clube tem a sua grandeza na massa adepta, na sua história, no seu ecletismo, no seu nome, na sua reputação, no seu potencial desportivo, todavia é cada vez mais pequeno na forma como se estrutura no futebol e como se apresenta no relvado”. Realço a “sua massa adepta e ecletismo”.

É por isso que vou fazer um pedido:
Não desistam das modalidades. Não desistam do voleibol!

Sempre nos debatemos com crises no futebol, mas nunca de identidade. Sempre soubemos quem somos! Sempre soubemos quem somos! Sempre soubemos quem somos! Sempre olhámos para as nossas modalidades como a joia da nossa coroa. Não é um chavão, o Sporting é, verdadeiramente, um clube eclético e muito graças a nós. Quem não entende isto, não pode ter sangue verde.

O futebol é importante, também para mim o é. Muda-nos o pensamento, turva-nos o discernimento. Não é possível ignorar isto, mas é possível olhar mais longe quando falamos num contexto Sporting. Por isso, esta semana falo-vos neste jeito de pedido. O voleibol do Sporting, como outras modalidades, estão preparadas para atacar a época. Há muitos jogadores e jogadoras em ânsias de vestir a nossa camisola e começar a aventura 2019/2020. Os treinadores também estão preparados e impacientes por escrever a sua história no nosso amado clube.

Sim, eu também não consigo imaginar o dia de amanhã no nosso clube e fico apreensivo. Eu também estou com medo. No entanto, tenho a certeza de que estes, os do voleibol, vão estar a representar dignamente o Sporting. Não estou a pôr as mãos no fogo pelos dirigentes (jamais!), mas pelos treinadores e treinadoras, jogadores e jogadoras. Temos muitos que se tirassem a camisola do Sporting com que jogam, via-se a pele listada de verde e branco e um símbolo do Sporting Clube de Portugal tatuado junto ao coração.

Vem-me à cabeça uma imagem bonita de Alepo, na Síria, com uma legenda ainda melhor. Na minha falta de capacidade para uma melhor metáfora, deixo-vos uma legenda e a foto que impressionam. “Even among carnage, everyday life still manages to carry on. Here, a fruit vendor offers his goods among the destruction in Aleppo.” Sim, mesmo no meio do CAOS, palavra originalmente grega que significa separação e desordem, encontramos um COSMOS, que significa ordem, organização, harmonia. Um fotografo tirou, brilhantemente, esta imagem de esperança durante a guerra.

A minha ideia é mostrar metaforicamente de como podemos encarar com (alguma) esperança o futuro. Temos de olhar para o sítio certo. O voleibol é constituído por pessoas que estão preparadas. O voleibol do Sporting tem nomes, muitos, prontos para atacar esta época com vista ao sucesso. Por isso, tasqueiros, sportinguistas, universo leonino, não desistam destes que nos vão dar alegrias.

Quanto a mim estarei por aqui, todas as terças-feira a falar do nosso grande amor. Continuarei a deliciar-me com as vitórias do voleibol. Vou desesperar por recuperar o campeonato nacional masculino. Quero ver as equipa feminina escrever a sua história, vencendo o campeonato contra todas as expectativas. Quero elogiar cada jogador e jogadora quando assim for pertinente. Eu não vou desistir! O voleibol pode contar comigo.

Não desistam das modalidades. Não desistam do voleibol!
Força voleibol! Força Sporting!

*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol)