Depois de uma memorável noite europeia, frente ao Tottenham, o Sporting foi ao Bessa sabendo que não só não tem margem para perder pontos, internamente, como vencer na casa das panteras seria conquistar pontos a quem segue à frente antes da paragem, mas o resultado final acaba por ser mais uma voltinha na longa montanha russa que promete ser 22/23
Quanto forem 23h deste domingo e encerrar a sétima jornada, a não ser que algo muito inesperado aconteça, o Sporting estará a 11 pontos do primeiro, 9 do segundo e 6 do terceiro classificado.
Podemos obviamente dizer que isto ainda agora começou, podemos dizer que ainda há muito para ganhar e que muito ponto será possível recuperar, mas a verdade é que chegamos a esta pausa e, se quisermos ser realistas, devemos aproveitá-la para repensar objectivos: colocar os olhos no terceiro lugar, que este ano ainda dá acesso à pré da Champions; manter o foco na passagem do grupo dessa mesma prova, onde estamos bem lançados para chegar aos 8vos e arrecadar vários milhões; fazer da conquista da Taça de Portugal uma prioridade.
Claro que isto é triste. Estamos à sétima jornada de um campeonato que começámos a preparar com tempo, mas que, como o próprio treinador admitiu, redundou numa falha de planeamento. O que Amorim não vai admitindo, usando a saída de Matheus Nunes como o ponto chave dessa falha, é que há muitas pontas soltas na formação do plantel e, por isso, a época 22/23 faz-nos regressar a um “e se corre bem” que, como moeda que se atira ao ar, tem uma outra face.
Continuo a achar que Rúben Amorim é o homem certo para trabalhar no Sporting, continuo a achar que merece a paciência dos adeptos pelas falhas e dores de crescimento inerentes a ele mesmo, seja pelos fetiches com alguns jogadores (ontem, Esgaio voltou a estar directamente envolvido na perda de pontos, mas o Esgaio não aponta uma pistola a quem quer que seja para ser ele a jogar, até porque há um miúdo chamado Esteves emprestado ao Estoril e, ontem, quando Coates se lesionou, havia um central de raiz no banco, Marsà), seja pelas opções estranhas que toma (ontem, a saída de Nuno Santos foi “a morte” da equipa, a já falada escolha de Esgaio para substituir Coates um disparate já antes visto sempre que o nazareno joga como central), seja pelo estranho passo atrás no que toca a apostar em miúdos da formação (Marsà tinha que entrar ontem, Rodrigo Ribeiro passou da rampa de lançamento para o esquecimento, Essugo e Mateus têm que contar antes de rebentar com Morita ou Ugarte, que isto não vai lá só com filmes bonitos sobre o regresso de Bragança).
Sim, Amorim tem razão quando diz que falta sermos consistentes na capacidade de transformar o que criamos ofensivamente em golos, mas é impossível não pensar que estaríamos muito mais perto de fazê-lo com homens de área prontos a concretizar o que os criativos produzem. Também tem razão, quando diz que sofremos vários golos contra a corrente do jogo (ainda por cima, ontem voltámos a ter um gajo a fazer um golo daqueles que só faz quando chega à caminha e sonha com coisas bonitas), mas o futebol é feito disso mesmo e, desculpa lá, Ruben, não podemos andar 70 minutos sem encontrar antídoto para parar o único gajo que levava a equipa do Boavista a reboque, Gorré.
Também não podemos andar 90 minutos, nomeadamente contra equipa bem fechadas, como ontem foi o Boavista, a tentar tricotar entre linhas, do pezinho do Patinho, para o pezinho do Trincãozinho, sempre à espera que o Edwardzinho tenham um lampejo e acelere a coisa ou que a bola lá chegue ao Nuno Santos ou ao Porro para eles cruzarem a régua e esquadro, esperando que algum zinho faça o papel do ponta de lançazão que não existe. Pior ainda, quando, com o passar dos minutos, nenhum desses rapazes, esteticamente bonitos com a bola no pé, mostrar capacidade para ultrapassar a barreira defensiva adversária.
Depois do penalti que nos colocou atrás do marcador, foi o real desespero, zero cabeça e muita correria, um pouco do que aconteceu na derrota caseira, frente ao Chaves. A de ontem, frente a um Boavista que no início da época corria o risco de não poder inscrever jogadores e, hoje, está cinco pontos à nossa frente, é a terceira em sete jogos, o que significa que temos menos pontos conquistados do que perdidos neste arranque de uma época que promete ser uma verdadeira montanha russa de ilusões e frustrações.
It’s better that I believe that it’s over
Waiting everyday for a line, for a sign from you It’s a rollercoaster ride of emotion paralyzing me, paralyzing me
18 Setembro, 2022 at 20:27
No final da jornada 7, temos:
a) 10 pontos ganhos, 11 pontos perdidos
b) 11 pontos de diferença para o líder (equivale são 3 derrotas e 2 empates)
c) 8-º lugar
d) 3 vitórias, 1 empate, 3 derrotas
e) estamos mais perto do último do que do primeiro (10 contra 11 pontos, respectivamente)
f) somos o 4-º melhor ataque e uma das piores defesas da competição (há 13 clubes com menos golos sofridos, embora alguns tenham menos um jogo)
g) a nosso favor, apenas termos já jogado fora, no Dragão e na Pedreira
E é isto.
18 Setembro, 2022 at 20:49
Curto e grosso…
Agora, causas e consequências???
As causas, creio que já todos as identificámos…
Consequências parece me que não vão existir, até pelo silêncio dos incompetentes a que temos assistido desde que estes BILTRES entraram nos órgãos sociais leoninos.
18 Setembro, 2022 at 20:50
Eu não comentei ontem, nem comentarei hoje. Não consigo.
P.S. muitos comentários aqui, dizem praticamente tudo, de qualquer forma.
18 Setembro, 2022 at 20:58
Já vi treinadores a irem para a rua por menos, no entanto acho que Amorim deve que continuar e acabar o “projecto”.
18 Setembro, 2022 at 21:08
Não é um ativo do clube? Tens melhor para substituir morita ou ugarte? podes falar do Mateus Fernandes mas esse, segundo RA, ainda tem que crescer…. Se fosse outro treinador qq bem que tinha que usar um ativo que custou cerca de 3 milhões de euros, eu não digo que eduardo é bom, antes pelo contrário, eu digo é que Ruben Amorim usa e abusa do poder que tem sem qualquer imposição da direção.
18 Setembro, 2022 at 21:14
Excelente texto, Cherba.
Uma pergunta para o geral: já se pode escreve que o Slimani faz muita falta ou ainda é proibido, que foi um rebelde que ia destruir o balneário por ver que tinha razão, mas que não o podia manifestar porque não era assim que o treinador pensava?
18 Setembro, 2022 at 21:14
*pode escrever
18 Setembro, 2022 at 22:50
Carissimo Jaime
Não batas mais no ceguinho, que o clube com este treinador ou outro qualquer, vai ter que desaparecer do mapa outra vez, para esta gente ( os sócios) voltar a indignar-se, mas agora talvez não apareça outro maluquinho “Drogado Qualquer ” para o salvar !
Ciclicamente aparecem estes Biltres no clube para o roubar, depois desaparecem até os cofres voltarem a ter dinheiro !
E aí veremos !
É assim há décadas amigo ! Não há nada a fazer !
19 Setembro, 2022 at 0:00
O Ruben Amorim é o abono de família destes biltres !
Até quando a Direcção vai conseguir esconder o mau estar, a “guerra surda” com o treinador ?! …
Eis a questão !