Todos nós os crentes do leão rampante somos conscientes que o nosso amor, a nossa crença ao Sporting Clube de Portugal coloca constantemente os nossos batimentos cardíacos à prova. Todos nós temos consciência que ser do Sporting é principalmente acreditar sempre, e por isso muitas vezes temos de esperar pelo minuto 92 ou pelo 112 (o minuto, claro) para rebentarmos de alegria e vermos o nosso Sporting fazer História com “H” grande. Por isso também todos nós temos memórias impagáveis do nosso Sporting e temos também flashbacks que não queremos lembrar. Todos nós, os que envergam esta verde e branca sagrada, contamos já com uma vida de memórias tingidas destas cores tão especiais, temos já uma vida lado a lado com Alvalade, com o leão rampante. Como se costuma dizer, dos 8 aos 80. Curta ou longa, a nossa vida já conta muito deste amor inexplicável e que nunca morre (pois deixamo-lo sempre em herança a alguém).

Somos de uma massa especial, diria até de aço, dada a pancada que já levámos e em nada acusámos. Podemos ter uma ou outra ferida ainda por sarar, no entanto e como dizia, somos de uma massa especial, daquela que não verga e que dos fracos não reza a história, como costuma dizer o nosso Mustafá. E, por isso mesmo o nosso coração com leão rampante impresso é um inédito caso de estudo. Sofremos e sabemos fazê-lo, acreditamos na força que aquela listada de verde e branco que a nossa turma enverga para lutar em mais uma batalha tem poderes especiais.

Acreditamos nas pernas dos nossos rapazes e nos passes de classe que utilizam para abrilhantar o espetáculo e cilindrar o adversário. Somos convictos que aquela curva sul tem uma mística soberba e inexplicável, que arrepia qualquer um com a força que advém de lá. Acreditamos que cada voz é importante e preponderante no apoio e não deitamos a toalha ao chão só porque começou mal.

Tudo isto que acabo de mencionar é prova de que por vezes temos de dar poderes especiais ao nosso singelo coração humano. Temos de o ligar à corrente “coração de leão” e aguentar a pressão cardíaca que dessa corrente advém. Acredito mesmo sermos dotados de capacidades cardíacas impressionantes, capaz de aguentar pressões épicas. Os nossos corações, estes que têm um leão gravado, podiam perfeitamente ser caso de estudo. Porque para saborearmos uma vitória, para sentirmos a pele a arrepiar de emoção por uma conquista e chorar de verdadeira alegria verde e branca temos sempre, sempre, sempre de sofrer até ao fim e por isso receber na nossa ”bomba” sanguínea muitos apertos e pulsações aceleradas.

E desse sofrimento, dessa dificuldade nasce um orgulho imenso, um orgulho que por ser tão grande também deixa a desejar o tamanho da nossa máquina cardíaca, pois ele é tão bonito e tão grande que uma caixa torácica não chega para comportar tal imensidão. E recebermos cada pressão cardíaca com força leonina. Nunca nada foi fácil aos sportinguistas, mas também se assim não fosse, perdia toda a piada. Estão à porta as últimas finais. 3! Por isso é aguentar a pressão e de peito aberto receber toda essa avalanche de emoções que ai vêm.

 

ESCRITO POR Margarida Bibe
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]